Quatro dos 12 pré-candidatos ao governo do Estado participaram, na noite desta quinta-feira, em Santiago, do primeiro debate entre os aspirantes ao Piratini. O deputado estadual Gabriel Souza (MDB), o advogado Ricardo Jobim (Novo), o empresário Roberto Argenta (PSC) e o ex-deputado federal Vieira da Cunha (PDT) estiveram presentes.
Em duas horas e meia, divididas em cinco blocos, os quatro concorrentes se apresentaram, responderam a perguntas de entidades e fizeram questionamentos entre si. A infraestrutura rodoviária e ferroviária, a geração de emprego, as deficiências na área da saúde, a educação, a segurança pública e o equilíbrio das contas do Estado centralizaram grande parte do embate. Cada pré-candidato respondeu a três perguntas dos representantes das instituições.
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Foco nas gestões anteriores
Ex-líder do governo José Ivo Sartori (MDB) no Legislativo gaúcho e da base do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), Gabriel Souza procurou em todas as oportunidades de manifestação destacar ações da gestão emedebista e, quando citou iniciativas da administração tucana, evitou tocar no nome de Leite, hoje adversário e que não compareceu ao debate. Depois de oito anos de um ciclo que possibilitou o equilíbrio financeiro, segundo ele, o momento é de priorizar o desenvolvimento.
– Estou aqui no sentido de apresentar um plano de desenvolvimento para o Estado. É hora de olhar para frente – disse Gabriel, defendendo também investimentos em saúde para amenizar os impactos no sistema devido à pandemia e na inteligência das polícias.Exemplo de Minas
De filosofia neoliberal, Ricardo Jobim recorreu, por várias vezes, ao modelo de gestão adotado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também do partido Novo. O enxugamento do Estado com mais investimentos privados e a redução de 24 para 12 secretarias na estrutura do Piratini foram defendidas pelo advogado.
– A Saúde tem de ter investimento, a classe política tem de entender que saúde pública custa dinheiro. Por que a classe política não gosta de investir em saúde pública? Porque é um voto caro – afirmou Jobim, que criticou o uso dos recursos do Fundo Eleitoral pelos partidos e renunciados pelo Novo.
Confira as entrevistas realizadas na CDN, até o momento, com seis pré-candidatos ao governo do Estado:
“Pela minha história acho que posso contribuir muito para o Rio Grande do Sul”, afirma Luis Carlos Heinze, pré-candidato do Progressistas ao Piratini“A sociedade precisa participar, não adianta achar que o problema é do Estado ou do município”, afirma Roberto Argenta, pré-candidato ao governo do Estado“A saúde pública está aparelhada politicamente para a exploração eleitoral”, diz Ricardo Jobim, pré-candidato ao Governo do Estado“Serei candidato a governador e não um governador candidato”, afirma Eduardo Leite sobre pré-candidatura à reeleição“A ideia é simplificar e desburocratizar” afirma Onyx Lorenzoni, pré-candidato do PL ao governo do Estado‘As pessoas não querem favor, elas querem oportunidades’, afirma Edegar Pretto, pré-candidato do PT ao governo do Estado
Lema do governo
Com a bandeira do emprego e da educação, Roberto Argenta, dono dos Calçados Beira-Rio, disse que investimentos nas duas áreas têm impactos, inclusive, na redução dos índices de criminalidade nos municípios, além de promover o desenvolvimento. Ele prometeu a redução de secretarias, entretanto, afirmou que criará duas pastas: a da Metade Sul e a da Irrigação.
– Nós precisamos de alguém que fique só pensando na Metade Sul com novas culturas, indústrias e agroindústrias E precisamos agregar valor à produção do campo – frisou Argenta, que pregou também a formação técnica para os jovens.Destoou do modelo de gestão.
Comparado aos outros pré-candidatos, Vieira da Cunha, que estudou no Colégio Medianeira, onde ocorreu o debate, foi o que destoou do modelo de gestão para governar o Estado, criticando “a cartilha neoliberal”. Defendeu o combate à corrupção e mais investimentos públicos, especialmente em áreas essenciais: educação, saúde e segurança.
– Nós precisamos de escola de tempo integral. A gurizada de 16 e 17 anos que deveria estar na escola está sendo recrutada por facções criminosas – avaliou Cunha, exaltando a bandeira do líder trabalhista Leonel de Brizola.
O confronto encerrou perto das 23h. Convidados, não compareceram, além do ex-governador Leite, os pré-candidatos Beto Albuquerque (PSB), Edegar Pretto (PT), Luis Carlos Heinze (Progressistas), Marco Della Nina (Patriota), Onyx Lorenzoni (PL) e Pedro Ruas (PSol). O debate foi promovido pelo Grupo de Notícias Integradas (GNI), Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
Jaqueline Silveira, jaqueline.silveira@diariosm.com.br
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